segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eu temo mesmo que um dia


Eu temo mesmo que um dia,
de tanta melancolia,
torne-me nuvem na alma,
perca-me em tua calma,
dissolva meu desvario
no longe rumo do rio.
Cuidado com este corpo,
é um desenho já morto,
sem cor, sem vida, vazio.
Lilia Silvestre Chaves, E todas as orquestras acenderam a lua.
 (obra de um dos doze poemas preferido de Benedito Nunes)



Benedito Nunes
  As preferências não elidem o juízo crítico. Os poemas que escolhi são esteticamente autônomos. Diferem pela escrita, pelo tom ou pela atitude perante o mundo e os outros. Prefiro os de menor clicheria verbal, os mais sóbrios e os menos "regionalistas", sem desvalorizar a região ou a cor local como meio de passagem ao universal. Excluo os novidadeiros, os modistas, os domingueiros. As qualidades de linguagem enunciativa de cada qual, a fala em lugar do falatório, condicionam largamente minhas preferências. Enfim, estão aqui doze poetas paraenses distintos, reunidos tão só, malgrado as diferenças de idade, época e escola, tão só pelas suas qualidades afins.

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