terça-feira, 23 de novembro de 2010

Salvos

reprodução
 A rainha Elizabeth acordou num sobressalto. Havia alguém no seu quarto! Acendeu a luz e   viu que era o príncipe Philip.

— Philip! O que você faz aqui? Há 30 anos que você não vem ao meu quarto!

— Calma, Beth. Não consegui dormir, pensando no casamento do William, nosso neto. Essa Kate... Não será uma nova Diana, que vem infernizar nossas vidas?

— Philip, como sempre você não entendeu nada. Esse casamento é a melhor coisa que poderia ter nos acontecido. Para começar, reforça a ideia que o William seja meu   herdeiro, o que pouparia o Reino Unido de ter o Charles como rei e aquela Camilla como rainha. Você sabe que eu só não morri ainda para evitar que isso aconteça. Em segundo lugar, o casamento estimulará a economia, atrairá turistas e, o mais importante, salvará a monarquia. Eu sei que você só lê o noticiário do turfe mas deve ter ouvido falar que estamos numa recessão, e que o novo governo está impondo medidas drásticas de contenção de despesas. Não demoraria muito e aumentaria a discussão sobre os custos da monarquia. Cedo ou tarde alguém perguntaria se os cortes nos gastos sociais não deveriam incluir o que você gasta com conhaque, Philip. A movimentação em torno do casamento e o entusiasmo das pessoas com o casal acabarão com essa discussão. A Kate é um pouco magrinha demais para o meu gosto, mas é ela que garantirá nossa mesada por mais alguns anos.

— Você acha?

— Acho, Philip. Agora volte para o seu quarto.
Luiz Fernando Veríssimo

Copiado do blog Rabiscos do Antenor

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